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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ALGUNS EPISÓDIOS DA VIDA PÚBLICA


Amigos leitores,

É com muito prazer que hoje publicamos esta maravilhosa contribuição de nossa querida leitora Jane Chiesse Zandonade  um belo texto contando alguns casos de nossa cidade. Vale a pena conhecer estas histórias.

Muito obrigado Jane!
 

Por Jane Chiesse Zandonade
 






Bom dia!

Envio, para registro, alguns 'casos' interessantes acontecidos na gestão de meu pai na Prefeitura.
É muito bom deixar estas coisas registradas.
Obrigada........Abraço........Jane Chiesse Zandonade

ALGUNS EPISÓDIOS DA VIDA PÚBLICA

João Chiesse Filho, meu pai, foi prefeito de Barra Mansa no final da década de 50, e teve episódios na vida realmente interessantes. Suas ‘tiradas’ bem-humoradas renderam algumas risadas que até hoje são lembradas. Gosto particularmente de três delas.

A primeira:
Os antigos diziam que se há nuvens escuras na direção de Bananal, é chuva na certa. Pois em uma excursão à Europa em que mamãe e papai participaram, alguém do grupo perguntou, em plena praça parisiense: “Será que vai chover?”, ao que meu pai respondeu: “Olhe pros lados de Bananal”. Os barramansenses do grupo riram... mas os outros ficaram 'boiando'...

A segunda:
Esta não é politicamente correta, e hoje seria impossível um homem público fazer tal comentário; mas que é engraçado, lá isso é. Numa bela manhã, ao chegar à prefeitura, um representante de um loteamento distante já estava esperando para reclamar da falta de água etc. do local onde residia. A resposta: “Quer viver melhor? É só mudar pro centro da cidade, ora.” Risada geral no gabinete, para constrangimento do pobre cidadão.

A terceira:
Esta é a melhor, e reflete a intuição aguda que ele tinha.
Naquele tempo os prefeitos precisavam ir a Palácio do governo estadual para receber os impostos municipais, pois tudo era mais centralizado do que hoje. Pois para lá foram para o Palácio do Catete, agendado o compromisso: meu pai, quer dizer, o prefeito, e mais dois vereadores e o advogado da prefeitura, que era o dr. Luiz Carlos Miranda, no carro oficial da prefeitura, preto – sempre preto – e com chapa branca. Chapa oficial.
Enquanto papai e os vereadores esperavam ser atendidos (a coisa era demorada), dr. Miranda foi incumbido de ir a algum teatro comprar ingressos para uma peça, pois já que estavam no Rio, aproveitariam a noite. Miranda foi com o carro da prefeitura.
Depois de um tempo volta ele, apavorado e em pânico, tremendo como vara verde, dizendo que o carro da prefeitura fora roubado enquanto ele comprava os ingressos. Papai pediu calma. “Calma, Miranda”, disse ele, “eu sei onde está o carro.” Miranda não se conformou. “Como assim, João? Sabe nada, vamos dar parte do roubo!”
Papai não se abalou. E ainda insistiu: “Comprou os ingressos? Pois vamos ao teatro e depois vamos pegar o carro.” E assim fizeram, para desespero dos outros homens públicos. Foram ao teatro.
Altas horas da noite, terminada a peça, papai, muito calmo, disse: ”Agora vamos pegar o carro.” Entraram num táxi e papai deu o endereço ao motorista: “Toca pra rua São José.”
Para quem não sabe, a rua São José, no Rio de Janeiro, hoje não tem permissão de trânsito para automóveis, mas naquele tempo tinha. E era uma das ruas mais movimentadas do Rio, com um comércio fervilhante,e abarrotada de pedestres. Mas como em todo o centro do Rio, à noite a rua fica deserta.
Então ‘tocaram’ para a rua São José. Todos com o coração na garganta. Chegando na rua, estava lá, paradinho, sem um arranhãozinho, lá, na rua São José, o único carro na rua deserta: o carro da prefeitura.
O Miranda nunca acreditou que o papai não sabia onde estava o carro. Mas ele não sabia mesmo! Eu perguntei.
Papai me explicou o raciocínio dele: quem pegasse um carro de chapa branca só o pegaria para “dar uma voltinha” e o abandonaria. Onde? Numa rua movimentada, ora. E qual a rua mais movimentada do Rio? A rua São José. Que à noite estaria deserta e o carro seria facilmente encontrado.
E assim foi...
Esta foi realmente muito boa.





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