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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quem foi o Barão de Ayuruoca?




Amigos leirores,
Segue mais uma valiosa contribuição de nossa amiga e leitora Ariane Porter, para conhecermos um pouco mais de nossa rica história.
 
Obrigado Ariane pela grande colaboração e mesmo estando longe nunca esquecendo de nossa querida Barra Mansa

 
Por Ariane Porter







Um pouquinho mais sobre a historia de Barra Mansa. Uau, um texto bem
longo... mas acho que vale a pena. Meus Amigos do blog, se vocês puderem dar uma revisada só para adicionar os "acentos" da língua Portuguesa, eu ficaria muito grata... não os tenho no meu lap top.

Abraços, Ariane :)



Quem foi o Barão de Ayuruoca?

Um bandeirante, um pioneiro e, mais que tudo, um autentico civilizador.
Na historia de Barra Mansa é difícil de se avaliar bem a atuação desta figura humana tão exponencial nesta região do Vale do Paraíba.

Sabemos que sua presença se estendeu por toda nossa região e, também Minas Gerais. Em Barra Mansa, apos sua morte, se cristalizou uma corrente de opiniões que o adotou como o fundador da cidade; pelo tempo afora isso foi ensinado e absorvido. A verdade histórica, entretanto,mostra que Barra Mansa surgiu de um aglomerado humano antes de 1800 e junto à foz do pequeno rio com este nome. Este riacho apareceu num mapa da Capitania do Rio de Janeiro, em 1767. Nesta Carta, ainda não aparecia o pequeno arraial, sinal de sua não existência, mas já se notava nela a presença do povoado de Nossa Senhora da Conceição do Campo Grande.(Atual Resende/RJ).
Por volta de 1800, o jovem Custodio Ferreira Leite, com seus 18 anos, ainda vivia em Minas Gerais, no outro lado da Mantiqueira. Ele era nascido próximo de São João Del Rey, filho do português Jose Leite Ribeiro e era um militar pertencente ao Corpo de Ordenanças, cuja missão principal era a de policiar e fiscalizar a picada do ayuruoca, caminho muito atraente para os contrabandistas de ouro e riquezas.

Seu pai, que também era, alem de militar, lavrador e mineiro, abriu uma fazenda com o nome de Palmital, trouxe com ele os filhos mais velhos e também Custodio Ferreira Leite que teve que se adaptar as condições do trabalho da fazenda, embora não gostasse muito de mineirar. Com o desenvolvimento do trabalho naquele local, outros mineradores foram incorporados e a fazenda se transformou em Sociedade do Palmital. A finalidade deste grupo de trabalhadores agrupados se devia ao fato de que trabalhando juntos eles se protegiam melhor dos silvícolas que não aceitavam os invasores de seus territórios.

O jovem Custodio com sua natural vitalidade, apesar de buscar fortuna com a mineração de ouro, não se achava satisfeito, seu espírito aventureiro ansiava por conhecer outros mundos. Sua assinatura foi encontrada como um dos sócios da Palmital, mas durou pouco sua presença por ali. Embora num ambiente não muito cultural, gostava de ler bons livros, lia tudo que lhe caia nas mãos em sua horas livres, principalmente quando o assunto era sobre lavoura e a indústria.

Próximo da Fazenda Palmital funcionava uma penitenciaria, para onde eram levados os criminosos e contrabandistas: por ali havia um registro ou uma guarda com o nome de Passa Vinte: este nome compreendia uma região que se separava da Capitania do Rio de Janeiro da região das minas do Rio Grande. Nesta área o policiamento era muito intenso e se sucediam os pontos de controle quase que de légua em légua: com o tempo, este caminho ficou conhecido com o nome de estrada do Passa Vinte.

Custodio Ferreira Leite conhecia toda essa região, andando a cavalo ou caminhando por todo lado a pé, se embrenhava pelos matos virgens e sempre era comum de se encontrar com os índios a quem procurava tratar bem e se tornar respeitado. Ajudava-os de todas as maneiras, ate nas colheitas do pinhão que era um dos alimentos básicos para eles.

Seu pensamento buscava sempre novas aventuras, não gostava de mineração e o mundo parecia atraí-lo para descer a serra, foi assim que atravessou o Rio Preto e foi parar na Vila de Resende onde se estabeleceu. Por sua grande capacidade criativa ai foi nomeado Capitão Mor. Depois de algum tempo, começou a se aventurar Paraíba abaixo, ganhou terras, abriu fazendas e abraçou a cultura do café apos estudos meticulosos sobre o assunto. Casou-se em 25 de Outubro na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, com Dona Thereza de Magalhães Velloso, era ela filha do Tte. Cel. Henrique Vicente Louzada de Magalhães, era ele oficial de cavalaria que controlava toda essa área de Resende ate o Rio Pirai.

Quando de seu casamento, seu sogro já era falecido e, com isto, Custodio Ferreira Leite foi obrigado a tomar conta de suas terras, entre as quais havia uma fazenda a margem do Rio Barra Mansa. Homem de grande influencia na região, o Col. Henrique tinha como vizinho e compadre o Sargento Mor Jose Pereira da Cruz, fazendeiro e dono de um Engenho de Cana nesta área que era conhecida como Sesmaria da Posse. Este cidadão, por volta de 1800, ergueu dentro de sua propriedade um singelo Oratório em louvor do seu padroeiro, São Sebastião. Esta pequena e singela capela era chamada de Capela de São Sebastião da Posse.

Neste pequeno Oratório se encontravam os fieis das redondezas quando havia ofícios religiosos. infelizmente, o local não se prestava para o crescimento de uma povoação, eram terras muito baixas e que, de certa maneira, por ser de propriedade privada, causava de certo modo inconveniências para alguns. Logo, apareceu um pensamento generalizado de transferência da capela para local mais adequado. Apesar disso, muitas pessoas foram batizadas e casadas na Capela da Posse: os filhos de Custodio Ferreira Leite foram ai batizados. Por esta ocasião, ele já morava na fazenda que era herança de sua mulher. Foi Custodio um dos lutadores para mudança da Capela deste local. Ai havia também, um cemitério que foi o primeiro de Barra Mansa e onde foi enterrado Jose Pereira da Cruz. 

Na margem esquerda do Rio Paraíba, Custodio havia aberto uma fazenda para seu sobrinho, o Capitão Jose Bento Ferreira da Silva. Ele era casado com sua sobrinha, dona Mariana. De comum acordo com os outros moradores, Custodio fez escolha de um bom local para construção da nova Capela de São Sebastião. Em 20 de Janeiro de 1814, ele oficiou ao Bispo do Rio de Janeiro, Dom Jose Caetano da Silva Coutinho, pedindo autorização para erigir a nova capela.

Dizia ele em seu oficio que o local escolhido era muito mais adequado do que a antiga capela e distava 7 léguas da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Resende. Em 1820, ficou pronta a nova Capela. Essa Capela teve o destino glorioso de se transformar apos 1839 na Igreja Matriz de Barra Mansa e foi o ponto central de crescimento da cidade. A fertilidade do solo e a chegada de novos colonos, o continuo transito de tropas e viajantes fizeram o crescimento do arraial. O local desta Capela era privilegiado: estava à margem da estrada Real que se dirigia para Serra do Mar e o litoral de Angra dos Reis, foi esta estrada atravessada, em 1822 pelo Príncipe Dom Pedro, Regente do Brasil quando ele se dirigiu a São Paulo, viagem esta que culminou com o Grito do Ipiranga e a nossa Independência de Portugal.

Em 3 de Outubro de 1825, o Bispo do Rio de Janeiro, em visita pastoral, expediu Provisão em que transformava a Capela em Curato de São Sebastião e nomeava nosso primeiro Capelão o Padre Manoel Jose de Castro, fixava o seu território separando da Freguesia de Nossa Senhora de Resende e sujeitando-a Freguesia de Sant'Anna do Pirai. Por coincidência, nesse dia de 3 de Outubro, pela primeira vez, separava-mos religiosamente do poder de Resende.

Com isto, Custodio Ferreira Leite, homem muito religioso, conseguiu seu intento de progresso e apos preparar o povoado que crescia rapidamente para ganhar sua autonomia política, saiu para novas empreitadas.

Foi construir novas capelas, abrir fazendas, novas estradas e construindo pontes ia levando a civilização por onde andava. Foi amigo dos nossos dois Imperadores, sempre freqüentou a Corte, recebeu por sua grande obra construtora e o seu espírito publico, em 14/03/1855 o titulo Barão de Ayuruoca. Era um homem que criou riquezas pelo seu trabalho individual e que, também, conquistou o direito de promover sua circulação abrindo estradas, construindo pontes, e sempre visando o bem publico.  

Dr. Jose Carlos Franco Faria

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  Ariane Porter




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